Pela Equipe de Comunicação e Marketing
Dia 8 de março comemoramos o DIA INTERNACIONAL DA MULHER, data oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1975, apesar dos registros históricos da celebração do primeiro dia da mulher datar de maio de 1908, nos EUA. Desde o final do século XIX, a mulher trava uma intensa batalha por melhores condições de vida e de trabalho, o que justificou a continuidade desta celebração.
Temos motivos para comemorar? Claro que sim! Pouco a pouco, vimos os conceitos
equivocados de fragilidade e de subserviência serem atualizados, à medida
que ilustres personalidades femininas, verdadeiras guerreiras à frente de seu tempo,
deixaram um marco na história da Humanidade nos campos da Ciência, da Medicina,
da Filosofia, da Arte e do trabalho social em prol de um mundo melhor.
Jesus iniciou o resgate da imagem deturpada de inferioridade da mulher em seu Evangelho, como narra Humberto de Campos, em “BOA NOVA” (peça em nossa livraria), quando conversa com Pedro acerca do assunto: “– Mestre, vossa palavra é a da revelação divina. Quereis dizer, então, que a mulher é superior ao homem, na sua missão terrestre? – Uma e outro são iguais perante Deus – esclareceu o Cristo, amorosamente – e as tarefas de ambos se equilibram no caminho da vida, completando-se perfeitamente, para que haja, em todas as ocasiões, o mais santo respeito mútuo” [1].
O Mestre valorizou as personalidades femininas com as quais conviveu,
exemplificando para nós esse dever sagrado.
E, com o advento do Espiritismo em 1857, na publicação de O LIVRO DOS ESPÍRITOS (peça em nossa livraria), recebemos dos benfeitores espirituais os esclarecimentos necessários para compreendermos que, na realidade, o Espírito não tem sexo, reencarnando como homem ou mulher, conforme suas necessidades evolutivas e tendo como guia para essa escolha “as provas por que haja de passar” [2]. Nessa mesma obra, em sua terceira parte, temos confirmada a fala de Jesus a Pedro de que o homem e a mulher são iguais em direitos perante Deus, apesar de exercerem funções compatíveis à sua organização corporal [3].
Como exemplo de inestimável valor feminino, lembramos a figura notável de Amélie Gabrielle Boudet, professora e artista plástica francesa, esposa de Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita. Espírito precoce em sensibilidade e inteligência, mudou-se para Paris aos 15 anos, onde pode aprimorar sua cultura e educação. Frequentando instituições renomadas, passou a dominar vários idiomas, tendo estudado Pedagogia, Belas artes e Literatura, formando-se na primeira Escola Normal Leiga, de orientação pestalozziana. Conhecida e respeitada no meio em que lecionava, publicou três obras pedagógicas [4] que repercutiram positivamente por toda a França, tendo sido adotadas dentro do currículo do ensino francês da época. Fato raro, por tratar-se de uma autora do sexo feminino, em um tempo em que a mulher somente deveria restringir suas atividades às tarefas domésticas.
Sempre desafiando os padrões vigentes, viveu 87 anos, de 23 de novembro de 1795 – Thiais (França) a 21 de janeiro de 1883 – Paris (França), tendo como características principais um grande senso de responsabilidade e comprometimento para com as tarefas abraçadas, desprendimento incomum, imensa coragem e confiança no Criador e uma grande dose de solidariedade em sua convivência social. Juntamente com o marido, ressaltou a importância da democratização do ensino público na França. Lecionavam juntos no Instituto Rivail, instituição educacional fundada por Kardec em 1825, que recebia, além de jovens da sociedade parisiense, jovens infratores com oferta de cursos gratuitos, no intuito de sua recuperação e reintegração à sociedade.
Foi casada com Allan Kardec por quase 4 décadas (casaram-se em 9 de fevereiro de 1832), exercendo o papel de esposa dedicada, companheira, revisora dos trabalhos espíritas e grande incentivadora do marido nos momentos difíceis da implantação da nova Doutrina. Em relação aos ideais espíritas, acompanhou o codificador desde as primeiras reuniões assistidas na casa da Sra. Plainemaison, na rua Grande-Baltière, 18, quando tiveram o primeiro contato com as mesas girantes e com ensaios de escrita mediúnica numa ardósia [5]. Amélie trabalhou incansavelmente ao lado do marido, na revisão, compilação ou transcrição dos originais das obras da codificação espírita e auxiliou-o no trato com as inúmeras correspondências que recebia, como comentado em O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO: “Na nossa posição, recebemos as comunicações de perto de mil centros espíritas sérios, disseminados sobre diversos pontos do globo [...]” [6].
Madame Kardec, como ficou conhecida, dedicou-se até o final de sua vida à causa espírita. Após o desencarne do codificador em 1869, tudo fez para manter a integridade e a pureza doutrinária do Espiritismo. Com o auxílio de alguns amigos, dentre eles, Gabriel Delanne [7], muito lutou pela preservação dos postulados espíritas, conforme a codificação de Allan Kardec. Teve muitos dissabores para manter íntegros os ensinamentos trazidos pelos Espíritos nas obras básicas [8].
E, para nos auxiliar no estudo da Doutrina Espírita, nos seus fundamentos basilares, a Caravana de Luz Editora nos oferece a Coleção Iluminar [9], um perfeito guia para o estudo sistematizado das obras básicas.
Se hoje temos essa Doutrina que esclarece, consola e nos ampara nos momentos mais difíceis da existência, não podemos esquecer a contribuição inestimável, da coragem e da perseverança de Amélie. Ela nunca desanimou diante dos inúmeros obstáculos que surgiram no decorrer de sua existência exitosa e exemplificou, como poucos, o ensinamento de Jesus contido em Mateus 24,13: “... mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo”.
Reflitamos no conselho do Espírito José [10] e sigamos os exemplos de coragem desta incrível mulher Amélie Gabrielle Boudet: “E, mesmo que a provação se te afigure obstáculo aparentemente intransponível, minando tuas forças para a execução do melhor, cala a balbúrdia de tua agonia íntima e serena tua alma com o refrigério da prece sincera e pura, pedindo ao Cristo que te ensine a ter coragem para suportar dores sem ferir ou magoar ninguém, e Ele, sem dúvida, guiar-te-á os passos, indicando-te que a vitória está logo à frente”.
Para celebrar, faça download dos papéis de parede que criamos para o celular, e mude o visual do plano de fundo ou tela de bloqueio. Feliz Dia Internacional da Mulher!
[1] XAVIER, Francisco Cândido. Capítulo 22: A mulher e a ressurreição. In: Boa Nova (peça em nossa livraria). Pelo Espírito Humberto de Campos.
[2] KARDEC, Allan. In: O Livro dos Espíritos (peça em nossa livraria). Questão 202.
[3] KARDEC, Allan. In: O Livro dos Espíritos. Questão 822a.
[4] Obras publicadas: "Contos Primaveris" (1825), "Noções de Desenho" (1826) e "O Essencial em Belas Artes" (1828).
[5] KARDEC, Allan. In: Obras Póstumas (peça em nossa livraria). Segunda parte. A minha primeira iniciação no Espiritismo.
[6] KARDEC, Allan. In: O Evangelho segundo o Espiritismo (peça em nossa livraria). Introdução, item II: Autoridade da Doutrina Espírita.
[7] Gabriel Delanne (1857-1926). Engenheiro francês, grande divulgador do Espiritismo científico. Nascido em ambiente espiritual propício à sua preparação, Gabriel Dellane foi grande defensor do Espiritismo, o que se fez nos moldes rigorosamente científicos e com estrita fidelidade ao seu Codificador, marcando a transição e a continuação da obra de Allan Kardec.
[8] OBRAS BÁSICAS: O Livro dos Espíritos (1857); O Livro dos Médiuns (1861); O Evangelho segundo o Espiritismo (1864); O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868) - (peça todas as obras básicas em nossa livraria)
[9] COLEÇÃO ILUMINAR – publicações da Caravana de Luz Editora: Evangelho e Parábolas segundo o Espiritismo; Investigando O Livro dos Espíritos e Sondando o Extraordinário em O Livro dos Médiuns.
[10] RODRIGUES JR., Adail Sebastião. Capítulo: Coragem. In: Receitas de Amor e Paz. Por Espíritos diversos.
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