Pela Equipe de Comunicação e Marketing
No dia 1º de outubro, é comemorado o Dia Internacional da Música. Contudo, na realidade atual, temos dificuldade de encontrar a música na sua mais sublime acepção.
As manifestações musicais frívolas da atualidade refletem uma decadência que já era vista desde os tempos de Allan Kardec. Ele afirmou, em 1868, que “a decadência das Artes (...) resultou inevitavelmente da concentração dos pensamentos sobre as coisas materiais (...) que, a seu turno, é o resultado da ausência de toda crença, de toda fé na espiritualidade do ser. O século apenas colhe o que semeou. Quem semeia pedras não pode colher frutas. As Artes não sairão do torpor em que jazem, senão por meio de uma reação no sentido das ideias espiritualistas” [1].
Vivemos na era da Arte Transestética, onde a globalização e o consumo irrefreado transforma a Arte em mercadoria para ser consumida sem produzir reflexão. Os valores transestéticos buscam o espetáculo (Instagram, Facebook, BBB, etc.), a experiência sem reflexão, e por aí vai...
O espírito Angélica, no livro Escrevendo Palavras e Modificando Conceitos [2], nos alerta que, no contexto da modernidade, a Arte é substituída por publicidade; a poesia, pelos jingles; e o amor, pelo sentimentalismo e perversidade, numa terrível inversão de valores. É preciso, como nos alertou o codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, que a Arte volte para o seu objetivo primordial, a transcendência; sendo a música uma das mais sublimes manifestações artísticas, quando espiritualizada.
Léon Denis diz que “a música é a voz dos céus profundos. No espaço tudo se traduz em vibrações harmônicas e certas classes de espíritos comunicam-se entre si apenas por meio de ondas sonoras” [3]. Continuando, destaca que, na Terra, a sinfonia e a melodia não são mais que ecos deformados dos concertos celestes, que produzem sons de uma delicadeza infinita. Nas esferas superiores, a música celeste está profundamente ligada à vida do ser e é uma das manifestações do culto que as almas rendem a Deus.
“Por ocasião das grandes festas no espaço, (...) quando as almas se reúnem aos milhões para prestar homenagem ao Criador, na irradiação de sua fé e de seu amor, delas escapam eflúvios que (...) se convertem em vibrações melodiosas (...) e emanam uma sinfonia sublime, à qual respondem os acordes longínquos vindos das esferas, dos astros inumeráveis que povoam a imensidão” [3]. A música celeste é o amor divino a se propagar no Universo. Todos os seres da criação são sensíveis a esta sinfonia celestial de amor, ainda que cada qual a perceba de acordo com seu nível evolutivo.
Assim, nota-se a necessidade de aprimorar o ser para que sejam produzidas músicas que reflitam o mais alto padrão vibratório individual e coletivo. Mais do que nunca, o mundo precisa de cânticos de paz, amor, alegria e esperança.
O Espírito da Verdade, no prefácio do O Evangelho segundo o Espiritismo (peça em nossa livraria), convida a humanidade para o divino concerto, onde “as grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam (...). Tomai da lira, fazei uníssonas vossas vozes, e que, num hino sagrado, elas se estendam e repercutam de um extremo a outro do Universo” [4], trazendo a mensagem imorredoura de Jesus: amai-vos uns aos outros, e fazendo a vontade do Pai, que está no Céu.
Desta forma, que todos se sintam responsáveis por entoar a música do amor, por meio de ações nobilitantes que transformarão a face do planeta Terra, certos de que, assim procedendo, sentiremos vibrar em nós a mais pura sinfonia divina.
Confira, agora, a playlist indicada pela comissão de integração do Setor Juvenil (Reunião de Mocidade) da Fraternidade Espírita Caravana de Luz (FECL): clique na imagem!
[1] KARDEC, Allan. Influência perniciosa das ideias materialistas. In: Obras póstumas (peça em nossa livraria). Traduzida da 1. ed. francesa por Guillon Ribeiro. 37. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. p.134-135.
[2] CARVALHO, Maria Fátima Ferreira de. Capítulo: O vício do consumismo. In: Escrevendo Palavras Modificando Conceitos. Pelo Espírito Angélica. 1º ed. Belo Horizonte: Caravana de Luz Editora, 2011. p.205.
[3] DENIS, Léon. Capítulo: A música. In: O Espiritismo na Arte (peça em nossa livraria). Rio de Janeiro: Arte e Cultura, 1990. p.72.
[4] KARDEC, Allan. Prefácio. In: O Evangelho segundo o Espiritismo (peça em nossa livraria). Tradução de Guillon Ribeiro. 126. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. p. 15.
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